COMPORTAMENTO DE HÍBRIDOS DE MILHO DE CICLO SUPERPRECOCE
MARCASSO, Ricardo Cesar 1; MIRANDA, Glauco Vieira 2; VAZ DE MELO, Aurélio1; CANIATO, Fernanda Fátima1; SOUZA, Leandro Vagno3, GUIMARÃES, Lauro José Moreira1.
1 Estudante de Graduação (UFV)
2 Professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
3 Estudante de Pós-Graduação
INTRODUÇÃO
O milho é um cereal com grande importância na alimentação de seres humanos e animais domesticados. Com alto valor nutritivo e alto poder produtivo, ele tem uma ampla adaptação a vários tipos de climas e solos.
Tecnicamente, o ciclo de uma cultivar leva em consideração as unidades de calor necessárias para atingir o florescimento. Unidades de calor (UC) são a soma das unidades diárias de calor, a partir da emergência dada pela fórmula UC = [ (temperatura máxima + temperatura mínima) : 2] – 10, onde temperaturas máximas iguais ou maiores que 30ºC devem ser consideradas como 30ºC, e temperaturas mínimas iguais ou menores que 10ºC devem ser consideradas como 10ºC. Cerca de 55% das cultivares existentes no mercado são classificadas como precoces e o restante são distribuídas entre superprecoces (25%), semiprecoces (10%) e normais(10%).
O agricultor deve ter em mente que esta variação no ciclo das cultivares não é muito rígida, e a diferença entre as cultivares mais tardias e as mais superprecoces pode não chegar a 10 dias. Além disso, essa classificação não é rigorosa, e uma cultivar superprecoce pode se comportar como precoce e vice-versa. Algumas cultivares apresentam uma taxa de secagem de grãos ("dry down") mais rápida, o que permite uma colheita mais cedo.
O rendimento de uma lavoura de milho é resultado do potencial genético da semente e das condições do local de plantio, além do manejo da lavoura. De modo geral, cada um destes fatores (semente e manejo) são responsáveis por 50% do rendimento final. Conseqüentemente, a escolha correta da semente pode ser razão de sucesso ou insucesso da lavoura. Há no mercado cerca de 200 tipos (cultivares) de milho e a escolha baseada no gosto pessoal, disponibilidade e preço pode não ser a melhor.
A utilização de cultivares melhorados é uma prática que propicia aumento da produtividade da cultura com baixos custos adicionais e com maior retorno econômico, tão importante para a melhoria socio-cultural do produtor local. Por estas razões torna-se necessário à utilização de cultivares mais adaptados às estas condições.
Com o objetivo de identificar os cultivares de milho de ciclo superprecoce que melhor adaptam-se às condições edafo-climáticas da Região da Zona da Mata e Cerrado de Minas Gerais foi realizado este trabalho.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em Coimbra, com o plantio realizado em 25/11/2000 e a colheita em 22/04/2001, já em Capinopólis, o plantio feito em 17/11/2000 e a colheita em 15/03/2001.
Nos locais foram realizados: calagem, aração, gradagem, sulcamento e adubação de acordo com a análise de solo e exigências da cultura. Foram avaliados 21 cultivares, em blocos ao acaso, com duas repetições. A parcela foi constituída de duas linhas de 5 metros de comprimento, espaçadas 0,9 m, com uma densidade de semeadura de cinco plantas por metro linear, totalizando área útil de 9 m2 e com uma população estimada de 55.000 plantas.ha-1.As capinas, os cultivos e a amontoa foram executados de acordo com a recomendação técnica para o cultivo na região (EMBRAPA, 1993).
Os caracteres avaliados foram: peso de grãos (Kg.ha-1);peso de espigas (Kg.ha-1); florescimento (dias após a emergência);altura da planta: medida em centímetros do nível do solo à inserção da folha bandeira, após o pendoamento; altura de espiga: medida em centímetros, do nível do solo até a inserção da espiga superior no colmo, nas mesmas plantas avaliadas em altura, após o pendoamento; plantas ac.+queb. (%);. O florescimento foi avaliado apenas em Coimbra – MG.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos para as características avaliadas nos cultivares podem ser vistos nos quadros 1 e 2.
O rendimento de grãos é a principal característica considerada pelo produtor, apesar do valor do grão ser devido também à sua qualidade. Os rendimentos de grãos dos híbridos mais produtivos apresentaram médias acima de 6214 Kg.ha-1 em Coimbra, e de 6117 Kg.ha-1 em Capinópolis, sendo que o híbrido que apresentou maior produtividade foi o CMS 98-2C em Coimbra e o CMS HT 63 em Capinópolis, que obtiveram respectivamente a produção de 8540 Kg.ha-1 e 8059 Kg.ha-1.
Em Coimbra, florescimento masculino variou de 55 a 61 dias, altura da planta teve variação de 164 a 238 cm. Já Capinópolis, a altura de planta teve uma variação de 158 a 250 cm.
Quadro 1 – Médias das características avaliadas no ensaio de avaliação de híbridos de ciclo superprecoce, em Coimbra - MG
Cultivar |
Peso de Grãos(kg.ha-1) |
Peso de Espigas (kg.ha-1) |
Flores-cimento (dias) |
Altura da Planta (cm) |
Altura da Espiga (cm) |
Plantas Ac+Queb. (%) |
CMS 98-2C |
8540 |
12404 |
58 |
214 |
124 |
0 |
SHS 5070 |
7413 |
9996 |
56 |
204 |
122 |
0 |
SHS 4050 |
7237 |
10571 |
57 |
211 |
122 |
0 |
UFLA 2003 |
6803 |
9395 |
58 |
214 |
114 |
0 |
XB 6432 |
6751 |
10057 |
57 |
216 |
122 |
0 |
C901(T) |
6680 |
9699 |
55 |
190 |
108 |
0 |
SHS 5050 |
6468 |
8904 |
55 |
200 |
114 |
0 |
AGN 3541 |
6316 |
9048 |
57 |
193 |
115 |
0 |
CMS 98 HT 19ª |
6289 |
4628 |
61 |
208 |
120 |
0 |
A 2005 |
6244 |
9421 |
58 |
210 |
127 |
0 |
Média |
6214 |
8746 |
58 |
210 |
121 |
0 |
AG 3010(T) |
6170 |
9156 |
60 |
209 |
116 |
0 |
NB 5218 |
6165 |
8660 |
58 |
206 |
119 |
0 |
DKB 911 |
6041 |
8617 |
59 |
211 |
121 |
0 |
CD 3211 |
5943 |
8557 |
60 |
229 |
141 |
2 |
CMS HT 63 |
5892 |
8168 |
59 |
228 |
125 |
0 |
AGN 2012 |
5876 |
8498 |
60 |
213 |
120 |
0 |
PL 6001 |
5674 |
8067 |
57 |
229 |
134 |
0 |
CMS 98-3C |
5289 |
8327 |
62 |
233 |
134 |
0 |
Z 8330(T) |
5225 |
7721 |
57 |
196 |
109 |
0 |
CMS 97 HT 98A |
4975 |
6995 |
58 |
238 |
140 |
0 |
AS 3601 |
4494 |
6787 |
58 |
164 |
93 |
0 |
C.V(%) |
16 |
20 |
|
|
|
|
LSD (5%) |
2128 |
3699 |
|
|
|
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Quadro 2 – Médias das características avaliadas no ensaio de avaliação de híbridos de ciclo superprecoce, em Capinópolis - MG
Cultivares |
Peso de Grãos (k.ha-1) |
Peso de Espigas (k.ha-1) |
Altura da Planta (cm) |
Altura da Espiga (cm) |
Plantas Ac+Queb. (%) |
CMS HT 63 |
8059 |
9970 |
225 |
118 |
1 |
CMS 98 HT 19A |
7761 |
9696 |
222 |
119 |
1 |
CMS 97 HT 98A |
7384 |
8936 |
250 |
125 |
2 |
Z 8330(T) |
7248 |
9221 |
204 |
105 |
2 |
AG 3010(T) |
7156 |
9194 |
205 |
106 |
2 |
SHS 5050 |
7078 |
9123 |
215 |
105 |
10 |
SHS 5070 |
7007 |
9115 |
202 |
107 |
4 |
AGN 3541 |
6642 |
8506 |
217 |
112 |
7 |
CMS 98-2C |
6459 |
8448 |
208 |
117 |
2 |
SHS 4050 |
6453 |
8451 |
203 |
103 |
5 |
DKB 911 |
6209 |
7895 |
195 |
100 |
1 |
Média |
6117 |
7866 |
208 |
108 |
4 |
AGN 2012 |
5937 |
7731 |
217 |
114 |
5 |
XB 6432 |
5690 |
7211 |
201 |
113 |
4 |
CMS 98-3C |
5492 |
7625 |
223 |
113 |
10 |
CD 3211 |
5372 |
7020 |
226 |
114 |
1 |
NB 5218 |
5343 |
6831 |
203 |
104 |
0 |
C901(T) |
5132 |
6617 |
171 |
96 |
4 |
UFLA 2003 |
5071 |
6479 |
185 |
95 |
7 |
PL 6001 |
4810 |
6112 |
221 |
111 |
3 |
A 2005 |
4439 |
5925 |
215 |
106 |
7 |
AS 3601 |
3718 |
5081 |
158 |
90 |
1 |
C.V(%) |
23 |
22 |
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LSD (5%) |
2891 |
3589 |
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CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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